Jesus era comunista?
Vou expor alguns fatos e você poderá julgar como quiser.
Primeiramente, é importante destacar que Jesus não pode ser considerado comunista, pois o conceito de comunismo não existia em seu tempo. Assim, ele não poderia defender uma ideologia que ainda não havia sido formulada. Atribuir a Jesus ideias comunistas ou semelhantes perde todo o sentido diante desse fato.
Alguns podem argumentar que o comunismo se baseou nos ensinamentos de Jesus. No entanto, essa afirmação também não é correta.
Para esclarecer a origem do comunismo, deixo que Karl Marx explique:
“Os postulados teóricos dos comunistas não se assentam, de maneira alguma, em ideias ou princípios inventados ou descobertos por este ou aquele reformador do mundo.” (Manifesto Comunista)
Se entendi corretamente ao ler essa obra, a ideia comunista surge de várias partes do mundo, refletindo os anseios do proletariado insatisfeito com a burguesia. Ou seja, não se pode atribuir essas ideias a um único indivíduo, nem mesmo a Marx.
Portanto, afirmar que Jesus tem alguma relação com o comunismo não se sustenta.
Porém, a questão que, para mim, encerraria toda a narrativa que diz que Jesus era comunista é a relação entre o materialismo e a filosofia comunista. O materialismo, que afirma que só existe a matéria e nada mais, é uma das bases do comunismo. Além disso, o próprio autor do Manifesto Comunista é ateu. A pregação de Jesus, por outro lado, é sobre um reino espiritual e um Deus invisível e onipotente, o que contrasta diretamente com a ideia materialista do comunismo.
Se Jesus fosse comunista e pregasse as suas ideias, estaria pregando contra sua própria natureza divina — seria como Deus pregando contra a existência de Deus
Portanto, não há como afirmar que Jesus era comunista ou que ele pregou seus princípios.
É importante ressaltar que, atualmente, o comunismo como partido tem pouca expressão no Brasil.
No entanto, as ideias comunistas são disseminadas por vários partidos de esquerda. Não é exagero dizer que O Manifesto Comunista se tornou uma espécie de "bíblia" para os defensores das ideologias da esquerda.
Na Bíblia cristã, podemos ver claramente os ensinamentos de Jesus. Ele falava sobre o reino de Deus e, embora os judeus enfrentassem um momento político complicado sob o domínio romano, Jesus não se aliou a nenhum partido ou causa material. Sua preocupação estava na vinda do reino eterno e não em estabelecer um reino neste mundo — pelo menos não naquele tempo.
Já, Karl Marx via a luta de classes como uma constante na história da humanidade. Ele afirmava que
"toda a sociedade se divide mais e mais em dois grandes campos inimigos, em duas classes frontalmente opostas: a burguesia e o proletariado" (Karl Marx, O Manifesto Comunista).
Para Marx, existiam duas classes principais: os burgueses, que dominaram ao longo da civilização, e os proletários, que sempre foram oprimidos por eles. Segundo sua perspectiva, a única forma de construir um mundo justo seria por meio da revolta do proletariado contra os opressores burgueses. A partir dessa revolução, um governo proletário poderia transformar a sociedade.
Ele também afirmava que
"o objetivo imediato dos comunistas é o mesmo de todos os demais partidos proletários: a constituição do proletariado como classe, a derrubada da dominação burguesa e a conquista do poder político pelo proletariado" (Karl Marx, O Manifesto Comunista).
Para Marx, os proletários são homens trabalhadores e virtuosos, enquanto os burgueses são caracterizados pela ganância e pela opressão.
As ideologias políticas, incluindo o comunismo, geralmente defendem que o homem é bom por natureza e que suas ações podem transformar a sociedade em um lugar mais justo.
Em contrapartida, Jesus ensinava que o homem está corrompido pelo pecado e que a única maneira de se regenerar é aceitando-o como único e exclusivo salvador, tornando-se assim filho de Deus. Como consequência dessa fé, as boas obras surgiriam naturalmente na vida do crente, promovendo uma sociedade mais justa.
A caridade, as ações sociais e o cuidado com os mais pobres são frutos de um homem regenerado pelo poder do sangue de Jesus na cruz.
Assim, fica claro que Jesus e a ideologia comunista partem de premissas diferentes sobre como tornar o mundo mais justo. Enquanto o comunismo vê o homem como inerentemente bom, Jesus nos alertou sobre a maldade inerente ao ser humano e sua incapacidade de se autorregenerar. e que a verdadeira transformação só acontece através da fé nele.
Uma das principais distinções entre os ensinamentos de Jesus e os princípios do comunismo é a questão da revolta. O comunismo defende a insurreição do proletariado contra a burguesia, enquanto Jesus nunca incentivou qualquer tipo de revolta, mesmo diante da opressão que o povo judeu enfrentava sob o domínio romano.
Além disso, o comunismo fragmenta a sociedade em classes: proletários e burgueses, negros e brancos, homens e mulheres, nós e eles. Em contraste, Jesus não faz acepção de pessoas. Ele nos ensina a amar todos de maneira igual, incluindo até mesmo nossos inimigos.
O comunismo propõe que os mais pobres (proletários) tomem as posses dos mais ricos (burgueses) para criar um mundo mais justo. Jesus, por outro lado, nos ensinou sobre a importância da generosidade e da partilha, como quando dividiu o pão com aqueles que tinham pouco.
Portanto, fica claro que as diferenças entre os ensinamentos de Jesus e o comunismo são profundas. Se você olhar com sinceridade, perceberá que Jesus não foi comunista, não é e nunca pregou o comunismo.
Se você se considera cristão e também se identifica como comunista ou alinhado à esquerda—ideologias que muitas vezes têm raízes no comunismo—é essencial refletir sobre essas questões.
Não se baseie apenas neste texto; aprofunde-se nas Escrituras: leia a Bíblia, os evangelhos e as cartas dos apóstolos. Além disso, examine as ideias comunistas e os estatutos dos partidos que você defende.
Como disse o Apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios (6:14-15):
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?"
Josias Teles
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