Sobre moscas e camelos

Seu filhinho se aproxima com uma folha de papel cheia de rabiscos e diz que desenhou você. Mesmo sem entender os traços, você sorri e diz: 

— Que lindo, filho!

Sua esposa prepara seu prato favorito e pergunta, com aquela voz doce e melosa: 

— Gostou, amor? 

Você percebe que está um pouco salgado e que ela exagerou nos temperos, mas responde com carinho: 

— Claro, amor! Está uma delícia!

Na roda de amigos no trabalho ou em um bate-papo com os vizinhos, alguém te oferece um chimarrão. Você está morrendo de sede por um, mas ao olhar para a cuia, percebe que a erva parece já estar lavada. Então, ao chegar sua vez, diz: 

— Bah! Não vou querer agora! Acabei de tomar um baita café! Obrigado.

Depois de marcar dois gols na “pelada” semanal com os amigos, você sai dizendo:

— Acabei com o jogo! Sou melhor que Cristiano Ronaldo e Messi juntos! 

Essas são situações comuns do dia a dia. Todos nós já dissemos algo parecido em algum momento. São pequenas inverdades que proferimos sem perceber, sem intenção de prejudicar ninguém, apenas para não magoar aqueles que amamos, por “arreganho”, como se diz por aqui.

Essas palavras nos tornam mentirosos ou filhos do pai da mentira? Acho que não. 

Postar uma brincadeira no Facebook sobre nove verdades e uma mentira me transforma em um mentiroso, um apologista da falsidade? 

Parece que na mente dos legalistas, que se comportam como sepulcros caiados, a preocupação deveria estar com a verdadeira mentira: a vida de mentira que vocês vivem. 

Querem policiar os outros, mas negligenciam suas próprias vidas. Não cuidam de seus filhos nem de suas famílias. 

São fariseus! Hipócritas!

Tirem a trave dos seus olhos. Parem de peneirar moscas e engolir camelos.
 Seus perfis nas redes sócias os condenam!


Josias Teles

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